Quando parece ter um mar que nos separa, são pés, mãos, ondas e o vento que trás a brisa vem com lindas palavras embutidas dizendo para esperar, que o meu ar é o seu ar.
Mostrando que podemos estar com as mãos distantes mas os pensamentos criam uma conexão, esse azul do céu é o mesmo aí, estando frio ou quente são as mesmas nuvens. Olho para elas e penso em você, uma delas me sorri, retribuo e sei que lá longe, talvez nem seja neste mesmo horário, mas olharás para o anil e perceberá que entre os dourados do sol e o branco das nuvens há um recado meu.
E se tem uma ampulheta que marca o nosso tempo, os grãos de areia são grandes demais.
Se parar para pensar, o tempo corre enquanto pensamos no que poderemos fazer, a vida corre lá fora, quantos soís e luas teremos que ver para que esteja claro e limpo o quanto tudo fica vazio quanto ficamos sozinhos.
Imploramos para os céus, fazemos orações, não dá para ignorar o quanto dependemos do ar que vem dos pulmões do outro, o oposto igual. Não há mais sono, você não dorme faz tanto tempo e eu já não sei o que é horário, me afundo nos sonhos a te caçar, dentre os cantos escuros e bons da minha mente.
Se eu der sorte essa noite vou sonhar com você ao invés de acordar com lágrimas fujonas molhando o lençol, lençol este que deverias estar coberta me ajudando a dormir, e a esquecer que nem todos nos querem bem.
Tão doce, eu sinto na sua voz o balanço das ondas macias quebrando na areia da praia, e o silêncio nos explica que não é preciso palavra alguma quando o corpo consegue dizer.
Pode enxergar o sorriso se abrindo quando narro o fato de ter te encontrado?
Mergulho no seu colo, tentando entender por que demorou tanto para nos percebermos quando o mundo já nos via, quando eu já te trazia o suspiro da nova vida e você me fazia feliz.
É preciso ser mais atento as surpresas da vida, encaixar com cuidado os bloquinhos, construir um castelo sólido o suficiente, porque o vento derruba as cartas, não é seguro escolher estas para fincar todos os sentimentos e segredos que em tom de brincadeira confessamos.
Por um tempo eu cheguei a acreditar que todas as dificuldades fossem talvez um sinal dos céus para fazer que percebamos que não sou eu, que não era você, que tudo era lindo mas não era para ser. Mas tudo ficou limpo como o céu da nossa cidade perto da manhã antes da tarde, não me intriga mais, o que me chama atenção é pensar que poderíamos não ter sido, que eu poderia ter partido sem um beijo seu.
Não me imagino sem você, seus argumentos para polemizar quando na verdade eu quero a paz, o modo irônico com que indiretamente me declaro e a sua clareza ao dizer que me ama.
O meu jeito de nunca pensar e sempre fazer, e você como sempre pensando.
Não vejo os dias coloridos sem nossas diferenças, elas nos faz ver o quanto Deus sabe o que nos faz bem, ele me deu você, com encaixes perfeitos para os meus defeitos e com os defeitos perfeitos para as qualidades que tenho.
Parece de propósito te ouvir dizer que ama algo e a minha rapidez ao dizer que não gosto, a sua expressão ao ganhar um carinho, a minha manha sempre querendo toda atenção do mundo.
Aquele modo antipaticíssimo de ser, as manias que eu adoraria que não tivesse, mas já que tem "Amém" eu prefiro assim.
É difícil estar longe, pensando as coisas que poderíamos fazer, os lugares que poderíamos ir, ver-te com os velhos amigos e não poder estar lá, procuro me ponderar, não faz o meu estilo.
Os olhos se perdem no vazio, às vezes enchem de lágrimas ao ouvir sua voz, faço silêncio para não me denunciar. Eu sei que também acontece com você, prefiro fingir que não ouço, ou não sei. Mas eu sei que estou persistindo, levando todo dia com uma certeza "Valerá a pena" não importa quantas pedras vou pisar, quantos espinhos nos pés vão entrar, o caminho é árduo quando na mente é planejado algo grandioso.
O "sempre" merece que estejamos de pé, e o infinito é o nosso amor, porque não se sabe o que é o infinito e tendo mais próximo do que não acaba isso que sentimos, digo que infinito é amar você.
Ninguém sabe o quanto combinamos, não é preciso uma análise profunda, basta ver do raso tudo o que está amostra. Olha fundo dentro desses olhos, veja como criam vida ao pensar que poderão vê-la todos os dias, poder perder-se na cor que a tua pele tem, no todo do teu ser, viajo no que és e o mundo parece não existir, da portar para fora do quarto que imagino nós duas e a valsa que toca quando meu coração compassa ao teu. Nem a gravidade existe quando penso em você, é possível isso? Meus olhos correm a ti procurar e meu corpo precisa das sensações que o amor, que o teu amor me faz sentir e o modo como sorri só para mim.
A memória me enlouquece vez ou outra, o calendário parece morrer aos poucos e nada passa, a tristeza aumenta com a saudade e aos poucos vou permitindo a invasão das dores que não posso disfarçar, não posso conter.
Você encara o mundo num silêncio quase fúnebre e a minha voz estridente quer tudo já, você me quer de dentro pra fora, eu já te tenho assim. Se parar e pensar na sua alma verá que refletirá algo de mim.
Vou tentando caminhar nas águas só por que te agrada, mas as ondas não são tão fáceis de driblar, algumas quebram em minha cabeça e só estou aqui por que aprendi que não se pode desistir de quem se ama, nem de amar. Mas tem dias que não dá vontade de abrir os olhos, que respirar dói mais que cortes profundos, o sangue não tem tanta importância assim, de onde sai esse fio tem litros e litros, eu derramaria cada mililitro por você e choraria cada gota de lágrima existente em mim, vou guardando a parte boa para quando puder te ver.
Neste momento vou dar-lhe os sorrisos que não saíram dos meus lábios nestes dois anos, esperar a saudade sumir, dormir e acordar sabendo que estás por perto, que posso te abraçar quando a noite cair.
Nos meus passos estão teus rastros que de forma lenta se formam, e nos meus gesto já cabem os teus gestos e na tua fala já me cabe inteirinha.
Teço o nosso amor aos poucos, teço a tua forma, tu teces a minha, teço teus modos, tu teces os meus, e não importa o que acontece, se eu pudesse continuaria a tecer e formar uma imensa colcha de amor, tão grande que seja capaz de cobrir o mundo, que eu possa ser o teu mundo e te bastar sem mais.
E tudo isso é amor, não há mais o que possa dizer, que coisas grandes não são detalhes, como ela mesma me diz.
E ficará vivo em mim, hoje, amanhã e depois, e continuará pulsando e o coração batendo.
E assim, mesmo que os olhos não cruzem, que as mãos não se enlacem, que não hajam beijos, apenas palavras de amor. Apenas sua voz ao fundo, apenas estando nos meus sonhos, mesmo com a cama fria e parte da vida estando vazia, é impossível parar.
Nada foi realmente planejado, foi acontecendo, os castelos foram subindo e alguns até destruídos, onde estávamos quando tudo isso aconteceu?
De repente eu era você, você era eu.
Um céu de possibilidades brilhando pra nós, chuvas de medo tentando nos render, e nós nos temos. Tenho o seu corpo, vou juntá-lo ao meu, vou escolher adormecer com você.
Não vamos parar, teu sonho é o meu, costurados a mão, você me fez entender as coisas que durante tanto tempo meus pais tentaram me provar que eu precisava saber.
Não tem como desistir, você está em mim, inserida no meu corpo, inserida em tudo o que gira a minha volta.
Vejo as rosas em ballet rodopiar em nosso torno, vejo os ternos lírios que vão surgindo pouco a pouco...
** Não consegui terminar, não ficou bom. Sei lá, acho que vou esperar mais um pouco para voltar a escrever**